terça-feira, 30 de março de 2010
'...Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece.' (...)
sábado, 27 de março de 2010
Você é minha cor preferida, é a leveza das minhas horas, a companhia perfeita, a pessoa que enxerga todos os meus defeitos com os olhos generosos do amor.
Você é meu melhor amigo, meu refúgio, meu abrigo, meu protetor... é a luz que se derrama em meu dia quando chega o fim da tarde.
Você é o fim da busca, a paz infinita, o dono absoluto do meu amor mais bonito.
Você é a pessoa que jogou um balde de água fria na minha auto-suficiência e me fez compreender que a vida pode ser incrivelmente deliciosa quando partilhada.
E por tudo isso e mais um milhão de coisas, eu gostaria de escrever para você as palavras mais lindas, os versos mais apaixonados, gostaria de te oferecer todas as canções de amor, de te cobrir dos beijos mais doces, de te encher de sorrisos e abraços...No entanto, por mais que eu tente, por mais que eu faça, eu jamais saberei te agradecer o suficiente por estar aqui.
I love you more than words can say!
quarta-feira, 24 de março de 2010
'...Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus a procura dos teus
Vem matar essa paixão que me devora o coração
E só assim então
serei feliz
Bem feliz.'
Pixinguinha
segunda-feira, 22 de março de 2010
"Milágrimas"
Em caso de dor, ponha gelo
Mude o corte do cabelo
Mude como modelo
Vá ao cinema, dê um sorriso
Ainda que amarelo
Esqueça seu cotovelo
Se amargo for já ter sido
Troque já este vestido
Troque o padrão do tecido
Saia do sério, deixe os critérios
Siga todos os sentidos
Faça fazer sentido
A cada milágrimas sai um milagre
Em caso de tristeza vire a mesa
Coma só a sobremesa
Coma somente a cereja
Jogue para cima, faça cena
Cante as rimas de um poema
Sofra apenas, viva apenas
Sendo só fissura, ou loucura
Quem sabe casando cura
Ninguém sabe o que procura
Faça uma novena, reze um terço
Caia fora do contexto, invente seu endereço
A cada milágrimas sai um milagre
Mas se apesar de banal
Chorar for inevitável
Sinta o gosto do sal
Sinta o gosto do sal
Gota a gota, uma a uma
Duas, três, dez, cem mil lágrimas, sinta o milagre
A cada milágrimas sai um milagre!
sexta-feira, 19 de março de 2010
Minh'alma alcança quando, transportada,
Sente, alongando os olhos deste mundo,
Os fins do Ser; a Graça entressonhada.
Amo-te em cada dia, hora e segundo:
À luz do sol, na noite sossegada.
E é tão pura a paixão de que me inundo
Quanto o pudor dos que não pedem nada.
Amo-te com o doer das velhas penas;
Com sorrisos, com lágrimas de prece,
E a fé da minha infância, ingênua e forte.
Amo-te até nas coisas mais pequenas.
Por toda a vida. E, assim Deus o quisesse,
Ainda mais te amarei depois da morte.
(Tradução de Manuel Bandeira)
Elizabeth Barrett Browning
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P.S.1 Ando tão mulherzinha, ultimamente...
P.S.2 Um dos meus poemas preferidos e não posso deixar de dizer que eu A-D-O-R-O o "Barrett"... Tinha que ser né? =D
P.S.3 Sim, post todo em vermelho... cor da paixão! ;)
P.S4 Já chega de P.S. ... ufaaa!
Beijos, pessoas!
quinta-feira, 18 de março de 2010
Entre o antes e o depois
Há quem desconheça isso. E o encantamento vislumbra outras paragens, destinos que estimulem os cinco sentidos. Ou então, o encantamento desencanta. Desaparece sem deixar rastros, some sem aviso prévio, sem deixar o novo endereço ou telefone.
O difícil da conquista é o que fazer com ela depois.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Amor-amuleto
De vez em quando, enquanto ela se distraia com a lua, ele a observava, imerso em seus devaneios. E só então entendia, com certa perfeição de quem sente, o que o Pequeno Príncipe uma vez dissera:
"Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla."
Era contentamento. A precisão como seus sonhos se cruzavam durante todos os segundos, e o bem tratar dele para com ela como sendo a mais preciosa de seu jardim, evidenciava a inocência e leveza que carregava consigo.
- Sabe quando a gente é criança e começa a descobrir o mundo?
Ela lembrava.
- A gente se espanta... Fica observando extasiado e se encanta a cada instante.
E nessa hora, a alma dela se tornava pueril e suave. A meninice brincava outra vez naqueles olhos castanhos, e chegava ao encontro dele.
- É assim que me sinto ao te olhar. Você é engraçada. É minha descoberta de todos os dias. Meu mundo de essências.
Bastavam um ao outro. Apaixonavam-se por palavras. Ela mais.
- Você vem?
- Contigo, sempre.
E ainda que vago, a estrada não importava. A certeza da companhia lhes proporcionava coragens infindas.
- Escolhe o destino, e me espera.
Se uniam por sentimentos gêmeos e intangíveis. A cada pedaço que ela o possibilitava conhecer, a cada mistério que ele se permitia desvendar.
Hoje não escondo nada do que sinto e penso e, às vezes também
sofro com isso, mas ao menos não compactuo mais com um tipo de silêncio
nocivo: o silêncio que tortura o outro, que confunde, o silêncio a fim de
manter o poder num relacionamento.
Assisti ao filme "Mentiras sinceras" com uma pontinha dedecepção - os comentários haviam sido ótimos,
porém a contenção inglesa do filme me irritou um pouco - mas, nos momentos finais, uma cena
aparentemente simples redimiu minha frustração.
Embaixo de um guarda-chuva, numa noite fria e molhada, um homem
diz para uma mulher o que ela sempre precisou ouvir. E eu pensei:
como é fácil libertar uma pessoa de seus fantasmas e, libertando-a, abrir uma
possibilidade de tê-la de volta, mais inteira.
Falar o que se sente é considerado uma fraqueza. Ao sermos
absolutamente sinceros, a vulnerabilidade se instala. Perde-se o
mistério que nos veste tão bem, ficamos nus. E não é este tipo de nudez que nos atrai.
Se a verdade pode parecer perturbadora para quem fala, é extremamente
libertadora para quem ouve. É como se uma mão gigantesca
varresse num segundo todas as nossas dúvidas. Finalmente se sabe.
Mas sabe-se o quê? O que todos nós, no fundo, queremos saber: se somos
amados.
Tão banal, não?
E no entanto esta banalidade é fomentadora das maiores
carências, de traumas que nos aleijam, nos paralisam e nos afastam das pessoas que nos
são mais caras. Por que a dificuldade de dizer para alguém o quanto ele é
- ou foi - importante? Dizer não como recurso de sedução, mas como um ato de
generosidade, dizer sem esperar nada em troca. Dizer, simplesmente.
A maioria das relações - entre amantes, entre pais e filhos, e
mesmo entre amigos - ampara-se em mentiras parciais e verdades pela metade.
Podem-se passar anos ao lado de alguém falando coisas inteligentíssimas,
citando poemas, esbanjando presença de espírito, sem alcançar a
delicadeza de uma declaração genuína e libertadora: dar ao outro uma certeza e,
com a certeza, a liberdade. Parece que só conseguiremos manter as pessoas ao
nosso lado se elas não souberem tudo. Ou, ao menos, se não souberem o
essencial. E assim, através da manipulação, a relação passa a ficar doentia,
inquieta, frágil.
Em vez de uma vida a dois, passa-se a ter uma sobrevida a dois.
Deixar o outro inseguro é uma maneira de prendê-lo a nós - e
este "a nós" inspira um providencial duplo sentido. Mesmo que ele tente se
libertar,estará amarrado aos pontos de interrogação que
colecionou. Somos sádicos e avaros ao economizar nossos "eu te perdôo", "eu te compreendo",
"eu te aceito como és" e o nosso mais profundo "eu te amo" - não o -eu
te amo- dito às pressas no final de uma ligação telefônica, por força do
hábito, e sim o -eu te amo- que significa: "seja feliz da maneira que você
escolher, meu sentimento permanecerá o mesmo".
Libertar uma pessoa pode levar menos de um minuto. Oprimi-la é
trabalho para uma vida.
Mais que as mentiras, o silêncio é que é a verdadeira
arma letal das relações humanas.
Martha Medeiros
terça-feira, 16 de março de 2010
Pássaro
e, então, não há mais lugares para pousos. condenada a bater as asas para sempre, morro porque, agora, só se cultivam espinhos em todos os jardins.
...
segunda-feira, 15 de março de 2010
Enivrez-vous!
Mais de quoi? De vin, de poésie, de vertu, à votre guise. Mais enivrez-vous.
Et si quelquefois, sur les marches d'un palais, sur l'herbe verte d'un fossé, dans la solitude morne de votre chambre, vous réveillez, l'ivresse déjà diminuée ou disparue, demandez au vent, à la vague, à l'étoile, à l'oiseau, à l'horloge, à tout ce qui fuit, à tout ce qui gémit, à tout ce qui roule, à tout ce qui chante, à tout ce qui parle, demandez quelle heure il est; et le vent, la vague, l'étoile, l'oiseau, l'horloge, vous répondront: "Il est l'heure de s'enivrer!" Pour n'être pas les esclaves martyrisés du Temps, enivrez-vous; enivrez-vous sans cesse! De vin, de poésie ou de vertu, à votre guise.'
Charles Baudelaire in Les petits poèmes en prose.
...
Um dos meus trechos preferidos de Charles. Não poderia deixar de posta-lo. E claro que não vou deixa-los "boiando" com o Francês, hã? ;p Aí vai a tradução de tão sábias palavras:
Embriagai-vos
É preciso estar-se sempre embriagado. Tudo está aí: é a única questão .Para não se sentir o horrível fardo do Tempo que parte os vossos ombros e vos curva em direção à terra, deveis vos embriagar sem trégua.
Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, como quiserdes. Mas embriagai-vos.
E se às vezes, sobre os degraus de um palácio, sobre a relva verde de uma vala, na solidão isolada do vosso quarto, vós acordardes, e a embriaguez já diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo o que passa, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala, perguntai que horas são; e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, vos responderão: “São horas de vos embriagar!" Para não serdes escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos, embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude: como quiserdes.
sábado, 13 de março de 2010
sexta-feira, 12 de março de 2010
'Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.
E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido. '
Pablo Neruda
Conversa Franca
Simplesmente vai jogando situações e mais situações em que eu tenho que ficar me desdobrando em 20, me reinventando.Negando até onde eu puder, mentindo pra mim que não sinto nada, nunca senti. Que foi apenas um acontecimento normal, corriqueiro. Que não significou nada. Que é isso mesmo, que era assim que tinha que ser e eu, sempre passiva, tenho que aceitar. Olha eu tenho que te dizer, vida, que eu cansei! cansei de verdade. Se for pra você me aprontar mais alguma, por favor, leve em conta esse meu coração cansado e causado de amar errado, cheio de marcas e poços. Cansei de enganos, de amores mal vividos, de situações mal resolvidas, de coração partido, de noites desvairadas, de drinks e mais drinks pra esquecer a dor, de ligações e mais ligações pros amigos pra "desabafar" e encher o saco deles o dia inteiro com minhas histórias com finais in-felizes. Olha aqui vida! Você não brinque comigo! Você já me fez fazer muitas coisas das quais me arrependo amargamente, você já me confundiu o bastante! agora CHEGA! Não , não. Não me venha com esse papo furado de que é pra eu aprender... aprender o que? aprender a me enganar cada vez mais? aprender a reconstruir minha vida cada vez que você resolve colocar situações que não desejo? aprender a colar os caquinhos do meu coração cada vez q ele se quebra em mil pedaços? Ah não! cansei de fazer isso... agora eu quero certezas, agora eu quero os sim's, agora eu quero a verdade, agora quero tudo que é meu de direito. Sim porque algum direito eu devo ter. Eu quero que sejamos honestas uma com a outra. Quero que joguemos limpo. Quero que você entenda que não é bem por aí por esse caminho que eu tenho que ir pra obter o que você quer. Não custa nada dá uma forcinha ao destino. Ah, vida! Não sejas tão madrasta comigo. Não sejas tão leviana. Não me faças crer em algo quando esse algo não existe. Não me faça desconstruir pessoas, não me faça reconstruir a mim mesma pela 93847589 vez. Isso não é justo, sabia? O que eu tenho tentado fazer esse tempo todo é ser honesta comigo mesma e com o que eu sinto. Mas como ser honesta com sentimentos falsos? Responde! Vês? ainda há muitas interrogações e zero respostas. Pois bem, vida! Eu quero as respostas. Todas elas. Agora! Sem essa de meias verdades, de máscaras, de enfeites, de encanto. Eu quero as respostas nuas e cruas. É só isso que quero. Acho que mereço isso. Por tudo que já me causaste. Estás em dívida comigo e chegou a hora de paga-la. Seja boazinha ao menos uma vez e compreenda que eu sou apenas um ser humano que ainda acredita no amor genuíno, na felicidade e em finais felizes.
'...Já li tudo,cara, já tentei macrobiótica psicanálise
drogas acumputura suicídio ioga dança natação
cooper astrologia patins marxismo candomblé
boate gay ecologia,
sobrou só esse nó no peito,
agora faço o quê?'
Os sobreviventes, Caio Fernando Abreu
quinta-feira, 11 de março de 2010
Das Verdades que às vezes não queremos enxergar...
Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer a sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar a nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gaffe.
Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingénuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer "pelo menos não fui tolo" e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia."
"Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres" - Clarice Lispector.
Ai, Clarice! Você tem sempre razão... :s
terça-feira, 9 de março de 2010
Dança
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domingo, 7 de março de 2010
Meu bem que hoje me pede pra apagar a luz
E pôs meu frágil coração na cruz
No teu penoso altar particular
Sei lá, a tua ausência me causou o caos
No breu de hoje eu sinto que
O tempo da cura tornou a tristeza normal
E então, tu tome tento com meu coração
Não deixe ele vir na solidão
Encabulado por voltar a sós
Depois, que o que é confuso te deixar sorrir
Tu me devolva o que tirou daqui
Que o meu peito se abre e desata os nós
Se enfim, você um dia resolver mudar
Tirar meu pobre coração do altar
Me devolver, como se deve ser
Ou então, dizer que dele resolveu cuidar
Tirar da cruz e o canonizar
Digo faço melhor do que lhe parecer
Teu cais deve ficar em algum lugar assim
Tão longe quanto eu possa ver de mim
Onde ancoraste teu veleiro em flor
Sem mais, a vida vai passando no vazio
Estou com tudo a flutuar no rio esperando a resposta ao que chamo de amor.
Maria Gadú - Altar Particular
sexta-feira, 5 de março de 2010
Para o Homem da minha vida...
Eu lamento profundamente que seja assim, mas eu nunca consegui compreender a sua maneira de amar. Sei do seu caráter exemplar, sei da sua honestidade, sei da sua preocupação em me dar sempre o melhor, sei de muitas qualidades suas...no entanto, inúmeras vezes desejei trocar a boneca cara pelo beijo de boa noite, trocar todos os bens materiais que tínhamos pela sua simples presença, trocar qualquer coisa que eu tivesse por algo que pudesse preencher o meu vazio de “pai”.
Eu lamento profundamente a escassez de abraços entre nós, lamento nunca ter sentado no seu colo para ouvir histórias, lamento por todas as agruras que você passou e que te tornou essa pessoa sem doçura, mas lamento especialmente, por esse muro intransponível que existe na nossa relação quando se trata de demonstrações de afeto.
Pai, você nem imagina o quanto me dói admitir que os meus heróis foram sempre os pais das minhas amigas, e que tantas vezes eu já desejei que você fosse uma pessoa diferente, ou que ao menos os seus valores não fossem tão exacerbadamente inversos aos meus.
Mas hoje quando eu vi você dormindo, eu fiquei observando os traços enrugados do seu rosto, o embranquecido dos seus poucos cabelos, e senti uma tristeza infinita de pensar que já não tens a mesma vitalidade e que talvez a vida não se estenda muito pra você.
Percebi que já não anseio mais por mudanças, até porque não acredito isso ser possível ainda...E descobri que apesar de todas ás mágoas, ofensas desnecessárias, coisas mal resolvidas e doloridas pintadas na tela da nossa história, foi você que Deus escolheu para me dar a vida, e essa com certeza foi uma escolha que teve alguma razão de ser.
Quer saber pai, a vida não te fez lapidado e eu demorei muito pra digerir e aceitar isso, mas enfim consegui compreender que a falta de lapidações não exclui o seu valor. Você é meu diamante bruto e eu morro de medo de te ver partir dessa vida sem saber que eu te amo muito, para sempre e do jeito que for.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Para a mulher da minha vida...
Humberto Gessinger
Por mais que eu me ache mulher, você sempre vai me ver como menina.
E essa menina tem trilhado vários caminhos, Mãe.
Alguns que me levarão para longe de você se eu continuar caminhando.
Mas Mãe, você nunca quis impedir os meus passos, embora você saiba para onde eles vão.
Você sabe qual a importância da minha caminhada, Mãe.
E sabe que quando eu vou pelo caminho errado, é pro teu colo que eu volto.
De tantas vezes que eu chorei meus erros embaixo do teu cafuné
E de tantas outras vezes, que sem saber o que dizer,
Você me fazia um chá ou um café pra me acalmar as dores da alma.
Mãe, você mais do que ninguém sabe o quanto eu sou teimosa
E do quanto posso ser insistente com as coisas que quero, com as decisões que eu tomo.
Essa inquietação que você tem notado, é a certeza de que eu não quero desistir, Mãe!
Não dessa vez.
Eu preciso encontrar esse caminho, eu preciso chegar nesse destino, eu preciso não fracassar dessa vez.
Você sabe que eu sonho demais, mas não sei como planejar esses sonhos.
Eu crio esse mundo de palavras, deduzindo o que posso ser, se eu tentar ser quem sou
Ou que eu ainda posso ser.
Eu sei que eu posso chegar lá, se dessa vez eu não olhar pras minhas próprias pegadas.
Me ensina, Mãe!
Me ensina como eu posso chegar, como eu posso alcançar.
Me estende a tua mão quando eu cair, mesmo que eu, orgulhosa, diga que não preciso da tua ajuda.
Você sabe que eu preciso, Mãe! E sabe do quanto eu preciso, porque mesmo que eu não admita, vou precisar sempre!
Diz aquilo que eu preciso ouvir, mesmo que eu finja não escutar.
E me mostre que se eu sou a mulher que eu penso que sou, é só por causa da menina que você vê em mim.
Mãe, eu tenho andado por caminhos que eu nem sei pra onde vão
Mas se me levarem pra longe de você, saiba que eu volto.
É pro teu colo que eu sempre volto, Mãe!
Com um rio de lágrimas ou de risos...
'...Mas agora lá fora, o mundo todo ainda parece uma ilha...'
quarta-feira, 3 de março de 2010
...
(Voltaire)
Hum...
Faz tanto sentido, Voltaire! =)
segunda-feira, 1 de março de 2010
Das lembranças que volta e meia voltam...
FIM.
"Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina
que era a felicidade.
A felicidade sempre iria ser clandestina para mim.
Parece que eu já pressentia.
Como demorei! Eu vivia no ar...
Havia orgulho e pudor em mim.
Eu era uma rainha delicada."
Felicidade Clandestina - Clarice Lispector