quarta-feira, 6 de abril de 2011

De olhos, de alma.

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“Existe essa alegria, e eu não posso evitá-la, pois são poucos os gestos permitidos,
se você reparar; não podemos desperdiçar um que seja.
Então, muitas vezes, eu preciso de um fone de ouvido para ouvir
a minha alegria bem alto sem incomodar o vizinho. 
É algo inédito, mas agora existe isso na minha vida.
Então, eu me sento ali no cantinho e sou feliz,
escancaradamente sem motivo!”

(Rita Apoena)




Com seus olhinhos miúdos ela vê muito. Às vezes o todo. Outras vezes, além. Por isso, nem sempre enxerga o que gostaria. Mas teimosa como ela é, não desanima. Coloca pitadas de fé e amor em tudo o que faz. Por onde passa planta flores de esperança. E sabe lá no fundo que, pode demorar, mas um dia elas irão florir. E mesmo em dias de chuva, quando tudo se mostra cinza, busca lá no fundo um feixe de luz. Porque ela sabe que, apesar de sua aparente fragilidade, a vida lhe fez forte. Pronta para enfrentar espinhos, experimentar sabores amargos, decepções e frustrações. Tudo sem perder a fé. Sem apagar o sorriso dos lábios. Sem deixar para trás o entusiasmo em dias melhores. Novas emoções. Porque sua alma vibra. Ela clama pelo essencial todos os dias, pelo o que é de verdade, pelo o que desperta o que há de melhor em nós. Com seus olhinhos miúdos ela enxerga cada vez mais a vida. A sua vida. O seu momento. E percebe lá no fundo de sua alma que só tem a agradecer: pelo ontem, pelo hoje e com certeza pelo que ainda virá.