sexta-feira, 30 de abril de 2010

É o QUASE que me incomoda...

…Você, que já foi tudo e mais um pouco, é agora um quase. Um quase que não me deixa ser inteira em nada, plena em nada, tranqüila em nada, feliz em nada.
Todos os dias eu quase te ligo, eu quase consigo ser leve e te dizer: “Ei, não quer ir ver aquele filme no cinema?” Eu quase consigo te tratar como nada. Mas aí quase desisto de tudo, quase ignoro tudo, quase consigo, sem nenhuma ansiedade, terminar o dia tendo a certeza de que é só mais um dia com um restinho de quase e que um restinho de quase, uma hora, se Deus quiser, vira nada. Mas não vira nada nunca. Eu quase consegui fazer você me amar exatamente como eu sou, quase.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

domingo, 25 de abril de 2010

'Escrever é enfiar um dedo na garganta...'


"(...) Zézim, remexa na memória, na infância, nos sonhos, nas tensões, nos fracassos, nas mágoas, nos delírios mais alucinados, nas esperanças mais descabidas, na fantasia mais desgalopada, nas vontades mais homicidas, no mais aparentemente inconfessável, nas culpas mais terríveis, nos lirismos mais idiotas, na confusão mais generalizada, no fundo do poço sem fundo do inconsciente: é lá que está o seu texto. Sobretudo, não se angustie procurando-o: ele vem até você, quando você e ele estiverem prontos. Cada um tem seus processos, você precisa entender os seus. De repente, isso que parece ser uma dificuldade enorme pode estar sendo simplesmente o processo de gestação do sub ou do inconsciente.

(...)

E ler, ler é alimento de quem escreve. Várias vezes você me disse que não conseguia mais ler. Que não gostava mais de ler. Se não gostar de ler, como vai gostar de escrever? Ou escreva então para destruir o texto, mas alimente-se. Fartamente. Depois vomite. Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode sair até uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta. E eu acho — e posso estar enganado — que é isso que você não tá conseguindo fazer. Como é que é? Vai ficar com essa náusea seca a vida toda? E não fique esperando que alguém faça isso por você. Ocê sabe, na hora do porre brabo, não há nenhum dedo alheio disposto a entrar na garganta da gente."



Carta de Caio Fernando Abreu ao seu amigo jornalista José Márcio Penido. Escrita no final de 1979. Trecho extraído do Livro Cartas - Caio F.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Um dia ainda me atrevo a escrever sobre o teu olhar...

Ah! aquele olhar...

Por hora, deixo só em pensamento, fantasia. Tem coisas que só são possíveis neste plano. Deixo-o assim então, intocável.

Mas o teu olhar...
quantas sensações!

Ah o teu olhar...

terça-feira, 20 de abril de 2010

'... Mesmo que depois seja imprescindível chorar...'






A forma como Caetano diz "cansado" e o gesto que ele faz com as mãos é toda a compreensão da música. Cansaço não tem, aqui, sinal de desistência, mas de rendição, de entrega. O pandeiro sempre presente não deixa esquecer o samba, a tristeza que balança, de um novo amor que está por vir.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

"... Algumas vezes eu fiz muito mal para pessoas que me amaram. Não é paranóia não. É verdade. Sou tão talvez neuroticamente individualista que, quando acontece de alguém parecer aos meus olhos uma ameaça a essa individualidade, fico imediatamente cheio de espinhos - e corto relacionamentos com a maior frieza, às vezes firo, sou agressivo e tal. É preciso acabar com esse medo de ser tocado lá no fundo. Ou é preciso que alguém me toque profundamente para acabar com isso."



Caio Fernando Abreu.

domingo, 18 de abril de 2010

"Te­nho que ter paciência para não me perder dentro de mim: vivo me perdendo de vista. Preciso de paciência porque sou vários caminhos, inclusive o fatal beco-sem-saída."

C.L.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A vida voa na sua cara, esbarra no seu rosto, suja sua vaidade, corrompe suas certezas e você não pode fazer nada. A não ser lavar o rosto e começar tudo de novo.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Das constatações...

...

Outro dia eu parei pra pensar sobre essa minha mania boba de ver sempre o lado bom de tudo. E sobre como eu sempre insisto em carregar no rosto esse sorriso mesmo quando as coisas não estão tão boas assim.

Nesse meio tempo, entre coisas que nem importa se são boas ou nem tão boas, planos e sonhos não sabem ficar de fora da minha vida, porque eu sou toda planos, sou toda futuro, aproveitando o agora, reinventando meu sempre.

Cazuza disse que os ignorantes são mais felizes. Talvez eu tenha um pouco dessa ignorância da qual ele fala. Da ignorância de esquecer o que eu tenho que fazer.

Mas a verdade é que tenho vivido demais. Parece que coloquei tudo que tinha que viver num copo e mexi. Estou tomando goles grandes.

Talvez as coisas mudem. Talvez eu mude. Talvez você mude. Mas sabe o que nunca vai mudar? Essa minha mania boba de sempre procurar o lado bom de tudo e carregar sempre esse sorriso. Mesmo quando as coisas não estão tão boas assim.

terça-feira, 13 de abril de 2010

O meu eu [In]visível.

Sou um emaranhado de lacunas, vazios que não se preenchem, alma que não se completa. A dor que me acomete nunca se esfacela, sou um ser com o coração atordoado que espera e nessa espera se despedaça.
A minha sensibilidade me causa uma dor pungente, essa que se agrava por pequenos e singelos gestos inadequados. Tudo me fere e me dói fundo demais.




[...]

segunda-feira, 12 de abril de 2010

E todos os amores que passaram na minha vida ou já chegaram cheios de sujeiras ou se corromperam com o passar do tempo.
Hoje desconfio que eram todos cobertos do mesmo lodo e revezavam as mesmas máscaras.
Cada qual de uma forma diferente levou de mim um pedaço da minha fé no amor, alguns tentaram até furtar a minha dignidade, mas essa eu sempre defendi com unhas e dentes.
E aquela tristeza latejante que eu senti ao ter o meu amor esmigalhado eu jamais vou esquecer. Eu até já perdoei, mas esquecer eu não consigo.
Eu não vou ser hipócrita e dizer que nunca brinquei com sentimentos, mas eu aprendi que isso não me trazia prazer algum então nunca mais fiz. Eu percebi que é muito feio machucar o que o outro tem de mais bonito.
E ninguém se importava em me machucar, ninguém se importava em chegar um dia qualquer e jogar para o alto tudo que eu (e apenas eu) acreditava ter sido construído com tanto zelo e cuidado.
E eu cansei. Desacreditei. Não achava mais ser possível um amor sem lodo. E parei de esperar.
E ai você chegou....incrivelmente limpo, incrivelmente diferente de tudo, e eu procurava por suas máscaras (pq já tinha me tornado craque em encontrá-las) mas você era também incrivelmente despido delas.
E mais do que qualquer outra das milhões de coisas que eu amo em você, eu amo a sua sinceridade, o seu jogo limpo, a sua verdade escancarada, a sua aversão a qualquer tipo de mentira, de desonestidade,o seu caráter exemplar, a sua postura de “homem” e não de moleque perante a vida...
Que no nosso amor esteja sempre presente essa limpidez, essa transparência, essa lealdade...porque eu até creio no verso do poeta quando ele diz: “Que seja infinito enquanto dure”, mas se conseguirmos preservar tudo isso, não tenho dúvidas que o “enquanto dure” vai durar pra sempre.

sábado, 10 de abril de 2010

Me Myself and I

Sou assim mesmo, meu caro!
Um milhão numa só. Um dia no inferno, outro no céu. Um turbilhão de sentimentos.
Só consequências de quem sente demais. Li em algum lugar que "o mundo é uma
tragédia para os que sentem e uma comédia para os que pensam." Nem preciso dizer
de que lado estou. Portanto, não queira que eu me defina em palavras, em padrões, não tenho
sequer um. Não me convide a ser UNA, a ser igual a toda a gente, porque definitivamente não sou.
Gosta de mim? então me aceita assim: indefinida, inquieta e inconstante.




NADA é POUCO quando o mundo é o MEU.



devo ainda acrescentar... boa sorte?

;)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

E para os amantes de um bom Jazz com toque de Bossa Nova a dica é ouvir "Delicatessen". Grupo gaúcho que reúne a voz adocicada de Ana Krüger, o violão abrasileirado de Carlos Badia, o contrabaixo jazzístico de Edu Martins e a bateria cheia de bossa de Mano Gomes. Simplesmente sensacional! Viciante! vale a pena conferir!









'I love the way you're breaking my heart
It's terribly, terribly, terribly, terribly
Thrilling...'



Link para baixar o CD da banda: http://pintandomusica.blogspot.com/2009/02/delicatessen.html

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Divagações...

Para mim, pseudo-contadora de histórias, pretensa autora de textos desse humilde, porém distinto, blog, não existe outra verdade que não seja a que sinto. Lógico, existe a teoria da relatividade e milhões de coisas afins que me provarão, milhões de vezes, por a+c, que não vou estar sempre certa. Mas faço pouco da racionalidade, nasci assim.
Dispensadas as apresentações e formalidades, termino de dizer o que comecei falando: para mim, mesmo sabendo dos erros e tropeços e das milhões de pedras no caminho, das noites mal dormidas e das lágrimas que, fatalmente, cairão, prefiro assim: o sentir. E ainda afirmo, com as letras de quem tem certeza apenas do que se passa consigo e, egoisticamente, ignora o que se passa com qualquer outro alguém, que sentir é ter, em si, amor. E amar é fácil, se deixarmos que assim o seja. Ou é sofrer. Só depende de nós.