quinta-feira, 25 de novembro de 2010

                                Capa e contracapa do novo CD Cândidos, parceria entre
                                           Simone Guimarães e Isaac Cândido.



Meus caros amigos leitores, dia desses recebi via e-mail um presente maravilhoso e seria impossível não compartilhá-lo com vocês. O presente veio de longe, lá da Cidade Maravilhosa e teve como remetente o meu novo e já muito querido amigo Tuca Zamagna, autor do ilustríssimo blog Desinformação Seletiva .

Tuca me mandou, gentilmente, um material artístico precioso de uma grande amiga dele  pela qual tenho imensa admiração: Simone Guimarães.

Paulista de Santa Rosa de Viterbo, quase na divisa com Minas. Exímia compositora, cantora e instrumentista. Desde pequena já recebia fortes influências da música mineira e também da musicalidade da família (seu pai  tocava vários instrumentos e o avô era maestro). Costuma estar cercada de grandes nomes em seus trabalhos musicais, dentre eles o mais assíduo é Milton Nascimento, que é amigo de Simone desde que ela tinha 13 anos de idade. Mas suas parcerias não param por aí, seus trabalhos já contaram com a participação de Maria Bethânia, Ivan Lins, os irmãos Dori e Danilo Caymmi, Elba Ramalho, Francis Hime e Zé Renato, entre outros. Além de Dori e Danilo, a filha de Dorival Caymmi, a exigente e impecável Nana, gravou em seu mais recente CD a bela e sofisticada "Confissão", de Antonio Carlos Begonha e  Simone Guimarães.


Ao longo desse tempo, Simone tem sido sucesso de público e de crítica.  Além de sua refinada interpretação vocal, tem um talento nato para compor músicas e letras repletas de sensibilidade e delicadezas. Seu estilo musical imprime brasilidade, enveredando pelo regional e o erudito, num flerte com o estilo moderno do Clube da Esquina. É impossível ficar imune a tanto talento e doçura reunidos numa pessoa só.


E agora em dezembro ela estará lançando seu mais novo CD (o sétimo na carreira), que se intitula "Cândidos" e que leva este nome justamente porque Simone canta somente composições do cearense Isaac Cândido, autor de melodias e harmonias sofisticadas, considerado um dos três maiores nomes da música moderna cearense. O CD contará com a participação de outros músicos cearenses, entre eles o nosso queridíssimo Fagner.

Em turnê pelo país, Simone se apresentará em algumas (privilegiadas) cidades: São Paulo, Ribeirão Preto, Brasília, Rio de Janeiro e, claro, Fortaleza, onde a cantora morou por dois anos. O show se realizará no Anfiteatro Dragão do Mar, nos dias 04/12 às 21:00 hrs e 05/12 às 20:00 hrs.

É uma oportunidade única de conferir de perto dois grandes nomes da nossa rica MPB. Fica o convite para quem gosta de boa música. Com certeza valerá a máxima que o próprio Milton Nascimento cunhou, emocionadíssimo, em uma de suas participações especias em shows de Simone: "Não tem pra ninguém. Simone Guimarães é o que de melhor escutei nos últimos anos”.



Alguém aí ousaria discordar?





P.S.
E eu não poderia deixar de mencionar que a junção desses dois Artistas geograficamente opostos mas artisticamente próximos (uma paulista e um cearense, ora mas quem diria?! ) é a mais concreta prova do reconhecimento do talento e capacidade do nosso povo e um alerta não só para certos brasileiros das outras regiões (que afirmam sermos tão ignorantes e sem cultura) como também para os estrangeiros (que ao chegarem por aqui acham que só tem mulheres rebolando o traseiro a dançar músicas apelativas) que aqui no Ceará se faz música sim, e de qualidade. E que aqui também tem grandes nomes. Com certeza não haveria momento mais propício.


Salve, Salve! Simone CÂNDIDOS e Isaac GUIMARÃES!




domingo, 21 de novembro de 2010

Nascida no Rio de Janeiro, neta do grandiosíssimo poeta, cantor e compositor Vinicius de Moraes, já razoavelmente conhecida por seu trabalho de atriz, Mariana de Moraes gravou há dez anos seu primeiro CD, A Alegria Continua, com Elton Medeiros e Zé Renato. Mas, a rigor, Se É Pecado Sambar - lançado no Brasil depois de ter sido editado nos Estados Unidos em 2001 e no Japão em 2003 - é seu primeiro trabalho solo. Já na faixa de abertura, Fotografia, o standard de Tom Jobim, dá para sentir que se trata de cantora afinada, mas de timbre quase trivial. Mariana dribla a voz comum com inusitada seleção de sambas. Se a faixa-título, de Manoel Sant'Ana, é samba um pouco conhecido, o mesmo não se pode dizer das pérolas Meu Samba meu Lamento (Maurício Carrilho e Paulo César Pinheiro), Pra Fugir da Saudade (Paulinho da Viola e Elton Medeiros) e Deus no Céu, Ela na Terra (Wilson Batista e Marino Pinto).
Mariana é salva pelo repertório.

Gravado em abril de 2000, com produção econômica e eficaz de Guilherme Vergueiro, o álbum tem clima cool. Dentro dessa linha intimista, Mariana transita até por dois temas jazzísticos, I Fall in Love Too Easily e There Will Be Another You, ambos registrados por Chet Baker. Curiosamente, ela brilha mais quando arrisca uma leitura mais densa para Medo de Amar (música de seu avô) e para Fim de Sonho, parceria de João Donato e João Carlos Pádua. Fica uma boa impressão. Apesar de não ser dona de uma voz incomum, tem um quê de suavidade, de sensualidade e uma boa interpretação. Definitivamente, Mariana não cometeu o pecado da obviedade. E com certeza faz jus àquele velho jargão de que talento não se adquire, não se compra, ele já nasce com você, está no DNA.

Com vocês, Mariana de Moraes interpretando Fotografia do nosso incomparável e inesquecível Tom Jobim.



sexta-feira, 19 de novembro de 2010





Meus caros, esses dias descobri o porquê do mundo ser redondo. Ele é mesmo. Ando com uma sensação boba..., até alegre, igual àquela de rodar quando criança só pra ficar zonza. Uma tonteira deliciosa! Prefiro essa roda ao poço sem fundo da ignorância imposta. E Nietzsche com aquela conversa de que "é preciso estar preparado para se queimar na própria chama", é toda verdade pra mim. Aprendi a andar em cima de uma bola gigante. Não foi fácil, anos de tentativas, conselhos e quedas, muitas. Seria isso equilíbrio? E o que seria então o equilíbrio senão a busca desenfreada de se viver girando? Em cima da bola, vestida de xita debaixo do céu azul. 
Movimento.


Me despeço agora, porque a bola em meus pés não pára de girar .

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

 




Flor de azeviche, como foi pra você se perder assim de mim e fazer das tuas pétalas, todas, mal-me-quer?

domingo, 7 de novembro de 2010

Mas alguma coisa dizia que me esperavas e mesmo que eu não tivesse certeza eu corria, indo ao teu encontro - ou desencontro, para que de imediato pudesse olhar nos teus olhos e pensar e sentir aquelas tantas coisas boas, devo dizer, sentimentos, que florescem em mim em cada olhar meu dado como se teu rosto fosse o céu e meus olhos fossem estrelas, quero dizer, em ti e por ti os meus olhos sempre brilham e.

E então eu apressava os meus passos que vezenquando se perdiam entre meus pensamentos que falavam coisas como: e se eu não chegar a tempo? Eu tenho tanta, mais tanta coisa para dizer, fazendo com que eu seguisse com ainda mais sede, ainda mais pressa, ainda mais centrada no que eu iria fazer, mesmo que eu não fizesse nada, porque o plano era não ter plano algum, deixar ser, ser o gosto de paixão invadindo a tua boca no mesmo instante em que a minha mão encontraria abrigo na tua nuca e os meus dedos adentrariam em teu cabelo, e ser, também, ou, quem sabe, as palavras mais doces que após serem tomadas pelos teus ouvidos, ficariam dentro de ti num plano fixo, eternizado, para que, na minha ausência, ainda ouvisses no presente tão conveniente um sinto tua falta mesmo que em mim não deixas de pulsar nem por um segundo, e em seguida ririas e até responderias qualquer coisa bonita que fizesse crescer a tal reciprocidade, que.

Que uniu essa minha vontade com a tua, de ir mais fundo nisso que sabemos que talvez não tenha saída e se tiver é qualquer beco perdido que eu sei que não me levará a lugar algum sem ti, então quando chegar ao teu encontro, pega na minha mão? deixa que eu falo vem comigo, ou podemos falar juntos, assim, com a tua boca um milímetro distante da minha, teus olhos fechados encostados nos meus, e vem, vem comigo, nesse silêncio que se faz tão bonito após as palavras serem ditas porque.

Porque sabes que o silêncio também é necessário, digo, esse silêncio que só cala a boca, só, e deixa falando a mente a alma o coração pulsante, que sentes pulsar quando colocas a tua mão em meu peito e eu sinto no teu toque um cuidado como se eu fosse uma flor que acabara de florescer e então eu passo os meus dedos-pétalas pelo teu rosto e te acaricio e.

E te marco em mim inevitavelmente quando percebo que tens em ti tudo o que eu preciso, não por extrema necessidade de necessitar a coisa inteira viva para que eu continue viva também, mas sim por sentir que dentro de ti tem algo certo para matar a minha sede de sentimentos cada vez mais intensos, sede infinda por tudo o que tens desde a essência até o palpável que me faz crer que a minha vontade de beber da tua água é insaciável, e se torna assim por tudo o que tu és: o meu querer que me faz te querer quanto mais te tenho, então.

Então é por isso que eu corro, é por isso que eu penso e quero e vivo e vejo e sinto e me apaixono quando eu vejo que o momento exato é esse que acontece após os meus passos largos, meus pensamentos, que é a minha chegada, e depois a tua mão na minha, o teu céu com estrelas, tua boca entreaberta sorrindo na minha ao me dar um beijo, e o momento exato é esse, é o agora, é tudo o que se iniciou e chegou depois da minha descoberta de ti, e te.

Te peço: não me deixes.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010


metade de mim rasga afoita
o embrulho
e a outra metade é o
futuro de saber o segredo
que enrola o laço,
é observar o desenho
do invólucro
e compará-lo
com a calma da alma
o seu conteúdo.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O preconceito anda de mãos dadas com a ignorância.

Sim, meus caros amigos leitores! Quem me conhece sabe que injustiças e preconceitos são algo que me tiram do sério. E hoje, nas minhas andanças pelo mundo virtual, um fato me chamou atenção e como tudo que me chama atenção não poderia ficar de fora desse blog. Muitos de vocês ja devem saber do ocorrido mas para os mais desavisados eu irei fazer um breve resumo: Mayara Petruso, paulistana, estudante ou graduada em Direito (isso não ficou realmente claro), depois da vitória petista de ontem, resolve se indignar da maneira mais insensata que alguém pode fazer: atacando os Nordestinos.Taxando-nos de burros e pregando a nossa morte para quem quisesse ler , em várias redes sociais. Todos nós sabemos que a internet é uma poderosa ferramenta de comunicação em massa. E tudo que pusermos nela deve ser antes de tudo, analisado, ponderado com o máximo de cuidado. Com certeza a nossa cara Mayara não estava pensando nisso quando publicou suas "infelizes" palavras.
E como a parte que me toca (e toca muito), por ser nordestina também (e ter muito orgulho em ser) , não poderia me calar diante disso. E Não devemos nunca calar. Calar é uma forma de aceitação e não devemos jamais aceitar isso. Preconceito é crime e deve ser denunciado e punido como tal.

Muitos foram os comentários de pessoas revoltadas com a atitude da moça. E em um desses comentários, uma pessoa dizia que ela fazia parte da" minoria intelectualizada, esclarecida" . Será mesmo? Será que pessoas verdadeiramente intelectuais e esclarecidas teriam atitudes tão medíocres? teriam mentes tão pequenas para fazer tais afirmações? Aposto que não. Ok. Nos deram a tal "Liberdade de Expressão" mas algumas pessoas fazem mau uso dela. Simplesmente não sabem o que estão dizendo e querem descontar todo o seu ódio em coisas sem sentido. Logo a insensatez não está nenhum pouco associada ao intelectualismo e ao esclarecimento.

Se desejamos mudanças no mundo, no país, na sociedade que essas mudanças comecem a acontecer a partir de nós mesmos. A partir de nosso modo de pensar, de agir, de enxergar o mundo, não com olhos de quem vê mas com olhos de quem sente. Com certeza essa lição a senhorita Petruso já aprendeu.

E se ela reclamava esbravejante dos direitos que deram à nós nordestinos de exercermos a nossa cidadania (tal como ela e todos os brasileiros) através do voto. Eu por outro lado, deixo aqui o meu muito obrigada a quem deu o direito à ela de assinar a sua própria sentença: a de uma pessoa completamente preconceituosa, alienada, medíocre, ignorante e ultrapassada. E ainda ganha, de quebra, uma (má) fama. Se era isso que ela queria, ela conseguiu. E com seus próprios méritos.


Até que ponto chegamos...