quarta-feira, 12 de janeiro de 2011


minha água calma, refletindo os dias como fotografias. 
parada na monotonia do tempo. 
rio sem movimento. 
morta, até sua pedra. 
sua brincadeira inocente de criança medindo a força que tem. 
pedaço de nada atirado de longe. 
lasca de rocha, transformando o sossego em caos. 
criando ondas aparentemente inofensivas 
mas, metros depois, capazes de engolir a areia. 
sumir com a praia. quebrar os muros. 
interditar as ruas como ressaca. 
marolas alimentadas a ponto de inundar a cidade. 
destruir o que estava firme. 
arrebentar as bases do que parecia inatingível. 
minha água parada, como espelho de um céu calmo,
até sua pedra jogada. 
sua brincadeira de menino 
que não sabe a força 
que tem.



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