minha água calma, refletindo os dias como fotografias.
parada na monotonia do tempo.
rio sem movimento.
morta, até sua pedra.
sua brincadeira inocente de criança medindo a força que tem.
pedaço de nada atirado de longe.
lasca de rocha, transformando o sossego em caos.
criando ondas aparentemente inofensivas
mas, metros depois, capazes de engolir a areia.
sumir com a praia. quebrar os muros.
interditar as ruas como ressaca.
marolas alimentadas a ponto de inundar a cidade.
destruir o que estava firme.
arrebentar as bases do que parecia inatingível.
minha água parada, como espelho de um céu calmo,
até sua pedra jogada.
sua brincadeira de menino
que não sabe a força
que tem.
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