Bem que ele podia chegar e desenhar sonhos na minha pele.
É que meu corpo quer ser para ele segurança e liberdade,
Para que de todos os lugares que ele pudesse estar,
só sentisse pertencer a um,
E ali escolhesse ficar.
Aconchegar o corpo sobre o meu,
só pra partilhar dos sonhos que projetou em mim,
Tão nossos.
E por vezes o tempo parasse, assim:
Meus dedos desenhando caminhos nas tuas costas,
Minhas mãos perdidas no castanho de teus cabelos.
Nossos olhos traríamos fechados,
porque o céu vai acastanhando é dentro,
luz do mel ao sol.
A alma agradecida e agraciada.
Reluz.
Enquanto tua barba-por-fazer ara minha pele,
E tua boca de ventos úmidos e quentes muda a direção dos meus pêlos,
Tua respiração pontua frases, de íntimas levezas, poeirinha de estrela,
que sem caber na voz, acende o olhar.
Das ancestrais sedes que trazes,
meus lábios, fonte.
Tua boca bebendo na minha o frescor da minha linguagem.
Já tão tua.
Os corpos banhados de mar.
Meu olhar se pondo no seu.
A noite pousa suave sobre o céu,
E minha cabeça encontra repouso sobre teu peito.
Aconchegado assim, meu corpo se sabe pleno na circunferência de teu abraço.
Feito reflexo de lua azul no mar,
completudinalidades.
E com as pontas dos dedos ligo os sinais do teu corpo, uns aos outros, descobrindo constelações, batizando estrelas.
É que encontrei o caminho de casa
e não quero me perder nunca mais.
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