sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Bem que ele podia chegar e desenhar sonhos na minha pele.
É que meu corpo quer ser para ele segurança e liberdade,
Para que de todos os lugares que ele pudesse estar,
só sentisse pertencer a um,
E ali escolhesse ficar.

Aconchegar o corpo sobre o meu,
só pra partilhar dos sonhos que projetou em mim,
Tão nossos.
E por vezes o tempo parasse, assim:

Meus dedos desenhando caminhos nas tuas costas,
Minhas mãos perdidas no castanho de teus cabelos.
Nossos olhos traríamos fechados,
porque o céu vai acastanhando é dentro,
luz do mel ao sol.

A alma agradecida e agraciada.
Reluz.
Enquanto tua barba-por-fazer ara minha pele,
E tua boca de ventos úmidos e quentes muda a direção dos meus pêlos,

Arraigados em tantos arrepios.
Tua respiração pontua frases, de íntimas levezas, poeirinha de estrela,
que sem caber na voz, acende o olhar.

Das ancestrais sedes que trazes,
meus lábios, fonte.
Tua boca bebendo na minha o frescor da minha linguagem.
Já tão tua.
Os corpos banhados de mar.
Meu olhar se pondo no seu.

A noite pousa suave sobre o céu,
E minha cabeça encontra repouso sobre teu peito.
Aconchegado assim, meu corpo se sabe pleno na circunferência de teu abraço.

Feito reflexo de lua azul no mar,
completudinalidades.
E com as pontas dos dedos ligo os sinais do teu corpo, uns aos outros, descobrindo constelações, batizando estrelas.

É que encontrei o caminho de casa
e não quero me perder nunca mais.


Nenhum comentário:

Postar um comentário