segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Eu nunca fui uma mulher comedida.
Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal resolvido sem soluços.
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo. Não estou aqui para que gostem de mim. Estou aqui para aprender a gostar de cada detalhe que tenho. E para seduzir somente o que me acrescenta.


Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra. A palavra é meu inferno e minha paz. "Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta".Ah, Clarice! você sempre soube. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas.


Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras e falta de ar… Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços apertados.


Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala olhando no olho, no tom de voz, ou no conteúdo. Eu acredito em profundidades. E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos. São eles que me dão a dimensão do que sou.

Um comentário:

  1. Hum... vc existe mesmo? Com toda a delicadeza: é raro hoje em dia um espírito trágico! e uma fêmea ainda mais...rs...


    ah, vc gosta de poesia? www.duartenomade.blogspot.com
    abraços comedidos!

    ResponderExcluir